Blog de Biologia

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Neoplasias e metaplasias


No organismo, verificam-se formas de crescimento celular controladas e não controladas. A hiperplasia, a metaplasia e a displasia são exemplos de crescimento controlado, enquanto que as neoplasias correspondem às formas de crescimento não controladas e são denominadas, na prática, de "tumores". A primeira dificuldade que se enfrenta no estudo das neoplasias é a sua definição, pois ela se baseia na morfologia e na biologia do processo tumoral. Com a evolução do conhecimento, modifica-se a definição. 
A mais aceita atualmente é: 

"Neoplasia é uma proliferação anormal do tecido, que foge parcial ou totalmente ao controle do organismo e tende à autonomia e à perpetuação, com efeitos agressivos sobre o hospedeiro" (Pérez-Tamayo, 1987; Robbins, 1984).


  • COMPORTAMENTO BIOLÓGICO


       De acordo com o comportamento biológico os tumores podem 
ser agrupados em três tipos: benignos, limítrofes ou "bordeline", 
e malignos. Um dos pontos mais importantes no estudo das neoplasias é 
estabelecer os critérios de diferenciação entre cada uma destas lesões, o que, 
algumas vezes, torna-se difícil. Estes critérios serão discutidos a seguir e são, 
na grande maioria dos casos, morfológicos:
  

  • CÁPSULA

        Os tumores benignos tendem a apresentar crescimento lento e expansivo 
determinando a compressão dos tecidos vizinhos, o que leva a formação de 
uma pseudocápsula fibrosa. Já nos casos dos tumores malignos, 
o crescimento rápido, desordenado, infiltrativo e destrutivo não permite a 
formação desta pseudocápsula;
 mesmo que ela se encontre presente, não deve ser equivocadamente 
considerada como tal, e sim como tecido maligno.



  • CRESCIMENTO



        Todas as estruturas orgânicas apresentam um parênquima,
representado pelas células em atividade metabólica ou duplicação,
e um estroma, representado pelo tecido conjuntivo vascularizado, cujo objetivo é dar
sustentação e nutrição ao parênquima.
Os tumores também têm estas estruturas, sendo que os benignos, por exibirem
crescimento lento, possuem estroma e uma rede vascular adequada, por isso que
raramente apresentam necrose e hemorragia.
No caso dos tumores malignos, observa-se que, pela rapidez e desorganização
do crescimento, pela capacidade infiltrativa e pelo alto índice de duplicação celular,
eles apresentam uma desproporção entre o parênquima tumoral e o
estroma vascularizado. Isto acarreta áreas de necrose ou hemorragia, de grau variável
com a velocidade do crescimento e a "idade" tumorais.







  • MORFOLOGIA

        O parênquima tumoral exibe um grau variado de células.
 As dos tumores benignos, que são semelhantes e reproduzem o aspecto das células
do tecido que lhes deu origem, são denominadas bem diferenciadas.
As células dos tumores malignos perderam estas características, têm graus variados de
diferenciação e, portanto, guardam pouca semelhança com as células que
 as originaram e são denominadas pouco diferenciadas.
Quando estudam-se suas características ao microscópio, vêem-se células com
 alterações de membrana, citoplasma irregular e núcleos com variações da forma,
tamanho e cromatismo.





  • MITOSE

       O número de mitoses expressa a atividade da divisão celular. 
Isto significa dizer que, quanto maior a atividade proliferativa de um tecido, 
maior será o número de mitoses verificadas. 
No caso dos tumores, o número de mitoses está inversamente relacionado 
com o grau de diferenciação. 
Quanto mais diferenciado for o tumor, menor será o número de mitoses 
observadas e menor a agressividade do mesmo. Nos tumores benignos, 
as mitoses são raras e têm aspecto típico, enquanto que, nas neoplasias malignas, 
elas são em maior número e atípicas.





  • ANTIGENICIDADE

       As células dos tumores benignos, por serem bem diferenciadas,
 não apresentam a capacidade de produzir antígenos.
 Já as células malignas, pouco diferenciadas,
 têm esta propriedade, o que permite o diagnóstico e o diagnóstico 
precoce de alguns tipos de câncer.





    • METÁSTASE


        As duas propriedades principais das neoplasias malignas são:
a capacidade invasivo-destrutiva local e a produção de metástases.
Por definição, a metástase constitui o crescimento neoplásico à distância,
sem continuidade e sem dependência do foco primário.



Metaplasia

É uma alteração reversível quando uma célula adulta, seja epitelial ou mesenquimal, é substituída por outra de outro tipo celular.
Pode ser interpretado como uma tentativa do organismo de substituir um tipo celular exposto a um estresse a um tipo celular mais apto a suportá-lo. Por exemplo, uma forma comum de metaplasia, o epitélio pseudoestratificado colunar ciliar do trato respiratório, submetido cronicamente a irritação pela fumaça do cigarro, passa a ser do estratificado pavimentoso. Deficiência de vitamina A, doença do refluxo gastroesofágico, litíases, entre outros fatores, também podem levar à metaplasia.
Embora a metaplasia leve ao surgimento de um epitélio mais apto ao ambiente hostil geralmente isto se dá às custas de perdas. No caso do trato respiratório, o epitélio substituto (metaplásico) é desprovido da capacidade de secreção de muco e da ação ciliar. Portanto, a metaplasia representa geralmente uma mudança indesejada.
O cigarro (tabagismo) é um grande causador.
Além disso, o mesmo estímulo, hostil, que gerou a metaplasia, se persistir, pode induzir a transformação neoplásica. Dessa forma, temos o carcinoma de células escamosas no trato respiratório e o adenocarcinoma no esôfago de Barrett.
A metaplasia também ocorre em células do tecido conjuntivo com a formação de cartilagem, tecido adiposo ou osso (tecidos mesenquimais) em tecidos que originalmente não possuem esses elementos.



4 comentários:

  1. Fabio,
    Veja acima, a diferença entre neoplasia e metaplasia

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  2. Muito interessante!! Obrigado por passar conhecimento!! Grato😁😁😁

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  3. Obrigada pela informação fiquei esclarecida.
    Obrigada

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  4. A metaplasia chega a ser um câncer? Ou ela pode desenvolve-lo

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