Blog de Biologia

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Descoberta nova vitamina: a PQQ



Descoberta nova vitamina: a PQQ

De acordo com um anúncio de cientistas japoneses, a substância pyrroloquinoline quinone (PQQ), descoberta em 1979, pode ser classificada como uma vitamina. A equipe constatou que a PQQ desempenha um papel importante na fertilidade de ratos e pode ter uma função similar em seres humanos.
O estudo, realizado pelo Instituto de Pesquisa Física e Química de Tóquio e liderado por Takafumi Kato, revelou ainda que esta é a primeira vitamina a ser descoberta desde 1948, e que pertence ao mesmo grupo da vitamina B.
Vitaminas são substâncias orgânicas de que o corpo necessita em pequenas quantidades para manter a saúde e o crescimento. São encontradas em alimentos e, às vezes, produzidas dentro do próprio corpo.
A melhor fonte de PQQ descoberta até agora é o "natto", um prato japonês picante feito de soja fermentada. Outros alimentos ricos na substância são salsinha, chá verde, pimentões verdes e mamão

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

RESUMO DE EMBRIOLOGIA


EMBRIOLOGIA



Tipos de ovos (zigotos)
O ovo apresenta um polo animal (região onde se encontra o núcleo) e um polo vegetativo (região onde se encontra vitelo). O vitelo é uma substância rica em lipídeos e proteínas que nutre o embrião que se encontra em ovos com casca e sem casca até sua formação final. Os ovos variam quanto ao volume e distribuição de vitelo.
O vitelo dificulta a divisão do ovo, isto é, quanto mais vitelo, mais lenta é a divisão (segmentação ou clivagem).
Os tipos de ovos são:


LÉCITO= VITELO (SUBSTÂNCIA NUTRITIVA DOS EMBRIÕES NÃO-PLACENTÁRIOS RICA EM LIPÍDEOS E PROTEÍNAS.


QUANTO MAIS VITELO ,MAIS LENTA É A CLIVAGEM, OU SEJA, O VITELO ATRAPALHA O PROCESSO DE DIVISÃO CELULAR, CLIVAGEM OU SEGMENTAÇÃO.





Oligolécito (isolécito): 

POUCO VITELO E BEM DISTRIBUÍDO.( ANFIOXO, ALGUNS MAMÍFEROS E EQUINODERMOS)

Heterolécito (telolécito incompleto): 

VITELO EM TODO OVO DISTRIBUÍDO DE FORMA HETEROGÊNEA OU DESIGUAL. (ANELÍDEOS, MOLUSCOS E ANFÍBIOS)

Megalécito (telolécito completo):

ABUNDÂNCIA DE VITELO (aves e répteis) PRESENÇA DE DISCO OU CICATRÍCULA.

Centrolécito
VITELO CENTRAL (ARTRÓPODES)











Cada tipo de ovo apresenta um tipo de clivagem (segmentação):



Fases do Desenvolvimento
Segmentação: aumento do número de células (blastômeros);

A-    Zigoto (ovo) ; B- mórula;  C- Blástula;  D-Gástrula ; E- nêurula

Mórula: grupo de células agregadas. Lembra uma amora;

Blástula: esfera oca onde a camada de células denominada blastoderma envolve a blastocela (cavidade);

Gástrula: forma o endoderma, a mesoderme e o ectoderme;

Nêurula: forma o tubo neural, ocorrendo no final da anterior; (observe figura abaixo).






ECTODERME: epiderme e seus anexos encéfalo e medula espinhal;

MESODERME: notocorda (posteriormente é substituída por vértebras) Epímero, dermátono - dermemiótomo - musculatura estriada esclerótomo - esqueleto axial(coluna) Mesômero - aparelho urogenital Hipômero sistema circulatório, musculatura lisa peritônio e mesentérios esqueleto apendicular (membros);

ENDODERME: aparelho respiratório tubo digestivo e glândulas anexas.




Organogênese

Anexos Embrionários: Também chamados de membranas embrionárias.  São encontradas em diversos tipos de seres. Os ovíparos apresentam anexos diferentes dos demais animais como os mamíferos que são vivíparos.


Saco vitelínico: todos os vertebrados. Formado pela esplancnopleura. Função de armazenamento de vitelo (nutrição) e formação das primeiras células sanguíneas nos mamíferos.

Âmnio: em répteis, aves e mamíferos. Formado pela esplancnopleura. Função de evitar choques mecânicos (pancadas) , evita desidratação e contém células do embrião que podem servir de material para estudos na biotecnologia.

Alantóide: em répteis, aves e mamíferos. Formado pela esplancnopleura. Funçãode excreção e respiração. Em mamíferos, orienta a formação dos vasosumbilicais.

Placenta: em mamíferos eutérios. Formado pelas vilosidades coriônicas. Realiza as trocas com o embrião através do cordão umbilical, dotado de uma veia e duas artérias.

                     





 Nota-se que em mamíferos (eutérios= placentários) A ALANTÓIDE E O SACO VITELÍNICO SÃO ATROFIADOS EM RELAÇÃO AOS OVÍPAROS.







RESUMO DE HISTOLOGIA


A pele é o maior órgão, isto é, a pele é um órgão pois é formada por  mais de um tecido (epitelial, e conjuntivo).
HISTOLOGIA








Existem quatro tipos básicos de tecidos: tecido epitelial, tecido conjuntivo, tecido muscular e tecido nervoso. Cada um deles apresenta organização e funções características.


Tecido Epitelial

  • Revestimento;
  • Secreção ou glandular;
  • Absorção ( túbulos renais e vilosidades intestinais)



O tecido epitelial, ou epitélio, desempenha diversas funções no organismo. Ele reveste e protege as superfícies internas e externas do corpo, absorve e secreta substâncias e capta estímulos sensoriais. Suas células encontram-se sempre bem próximas umas das outras e há pouco ou nenhum espaço intercelular. Não existem vasos sanguíneos no interior do epitélio, por isso o tecido é chamado de avascular. Existem dois tipos de tecido epitelial: o epitélio de revestimento e o epitélio glandular.





O epitélio de revestimento recobre as superfícies externas (por ex., a epiderme) e internas (por ex., o interior do intestino) do corpo. De acordo com o número de camadas de célula, o epitélio de revestimento é classificado em três tipos principais: simples, estratificado e pseudoestratificado.





Tecido Conjuntivo

Diferentemente do tecido epitelial, as células do tecido conjuntivo encontram-se distantes umas das outras e, em geral, há uma grande quantidade de material intercelular entre elas. Dentre as diversas células do tecido conjuntivo podemos citar, por exemplo, os fibroblastos, os macrófagos e os adipócitos. O tecido conjuntivo é aquele de maior ocorrência e pode ser subdividido em: tecido conjuntivo propriamente dito, tecido adiposo, tecido cartilaginoso, tecido ósseo e tecido sanguíneo.

O tecido conjuntivo propriamente dito é classificado como frouxo ou denso. O tecido conjuntivo frouxo ocorre em praticamente todos os órgãos do corpo. Ele é composto por células, fibras e uma massa gelatinosa chamada de substância fundamental (ou amorfa). Entre suas células podemos citar os fibroblastos e os macrófagos. Os fibroblastos produzem as fibras e a substância fundamental. Os macrófagos detectam e digerem (fagocitam) 







substâncias estranhas e restos celulares. Terminações nervosas estão em abundância

Tecido cartilaginoso: condroblastos e condrócitos. Produz colágeno.
Entre as fibras do tecido conjuntivo frouxo encontram-se as fibras colágenas e as elásticas. O tecido conjuntivo denso é caracterizado por uma grande quantidade de fibras de colágeno dispostas entre os fibroblastos. Ele pode ser encontrado nos tendões e nos ligamentos.



































Tecido adiposo é formado por células adiposas. Estas células são capazes de armazenar uma grande quantidade de lipídios em seu interior. O tecido adiposo atua como reserva de energia e isolante térmico.
O tecido cartilaginoso é formado por fibras colágenas, fibras elásticas e um tipo de célula chamado de condrócito. O tecido cartilaginoso é resistente e flexível e pode ser encontrado, por exemplo, em regiões de articulações, na traquéia e no septo nasal. Alguns vertebrados, como os tubarões, possuem o esqueleto composto por tecido cartilaginoso. Porém, na maioria dos vertebrados, o esqueleto cartilaginoso é em grande parte substituído pelo tecido ósseo.



Tecido ósseo

 caracterizado sua grande resistência, é formado principalmente por três tipos de células (osteoblastos, osteócitos e osteoclastos) e pela matriz óssea (substância intercelular). Osteoblasto é o nome dado à célula óssea jovem. Já os osteócitos são as células ósseas maduras. Os osteoclastos são células responsáveis pela degradação de partes lesadas ou velhas do tecido ósseo. A matriz óssea é composta principalmente por fibras colágenas e fosfato de cálcio, substância que confere a rigidez ao tecido.






Tecido Muscular

O tecido muscular é um tecido altamente contrátil responsável pelos movimentos voluntários e involuntários do organismo. Ele é constituído principalmente por células alongadas chamadas de fibras musculares. No citoplasma das fibras musculares existem microfilamentos constituídos das proteínas contráteis, a actina e a miosina. O tecido muscular é classificado em três tipos: estriado esquelético, estriado cardíaco e liso.
O tecido muscular estriado esquelético é composto por longas fibras estriadas. Estas fibras possuem contração rápida e voluntária. Este tecido forma a maioria dos músculos do corpo garantido a sua sustentação e movimentação.
O tecido muscular estriado cardíaco também é composto por longas fibras estriadas. Sua contração é rápida, porém, involuntária. Este tipo de tecido é encontrado no coração.
O tecido muscular liso é formado por fibras sem estrias. Sua contração é lenta e involuntária. Este tecido pode ser encontrado, por exemplo, no tubo digestório ou nos ductos respiratórios.



Tecido Nervoso

O tecido nervoso integra todas as partes do organismo recebendo e desencadeando respostas a estímulos do meio externo ou interno. Este tecido é formado por dois tipos principais de células: os neurônios e as células da glia.
Os neurônios são as células responsáveis por receber e transmitir os impulsos nervosos. Cada neurônio apresenta três regiões fundamentais: os dendritos, o corpo celular e o axônio. Os dendritos são prolongações ramificadas que recebem os estímulos nervosos. O corpo celular é a região mais volumosa onde se encontra o núcleo e as organelas celulares. O axônio é um prolongamento do corpo celular por onde o impulso nervoso deixa o neurônio. Entre um neurônio e outro há sempre um pequeno espaço que é chamado de sinapse. Quando o impulso nervoso atinge a extremidade de um axônio, ele provoca a liberação de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores. Os neurotransmissores se difundem através da sinapse e atingem os dendritos do axônio seguinte, dando continuidade a propagação do estímulo nervoso.
As células da glia (ou neuroglia) são células pequenas, mas numerosas, que se situam ao redor dos neurônios. Elas nutrem, protegem e sustentam os neurônios.



Tecido sanguíneo

O tecido sanguíneo é um tipo de tecido conjuntivo altamente especializado. O tecido apresenta uma grande quantidade de substância intercelular em estado líquido chamada de plasma. No plasma encontramos as hemácias (ou glóbulos vermelhos), diversos tipos de leucócitos (glóbulos brancos) e as plaquetas. O tecido sanguíneo, entre outras funções, realiza as trocas gasosas, transporta substâncias pelo organismo e o protege da invasão de agentes infecciosos ou corpos estranhos.


ABRA O OIÃO!!!!

As plaquetas ou trombócitos NÃO são células e sim fragmentos de célula, ou seja, fragmentos do MEGACARIÓCITO.





sábado, 15 de setembro de 2012

BOTÂNICA E SUAS DIVISÕES




BOTÂNICA E SUAS DIVISÕES

Os vegetais se dividem em inferiores (algas), intermediários (briófitas e pteridófitas), gimnospermas (pinheiros e sequóias) e angiospermas (frutíferas).




Inclui seres pluricelulares fotossintetizantes, eucarióticas com tecidos organizados. A nutrição é autotrófica fotossintetizante. A reprodução típica ocorre por ciclos alternatesd haplóides e diplóides. Esse reino inclui os vegetais normalmente encontrados no ambiente terrestre: briófitas, pteridófitas, gimnospermas e angiospermas.

As Briófitas.
As briófitas (divisão Bryophyta) são pequenos vegetais que crescem sobre solo úmido, pedras ou troncos de árvores e, às vezes, na água doce. Os musgos constituem sues pricipais representantes.

Da mesma forma que os vegetais superiores e as clorofíceas, possuem clorofilas a e b, carotenóides, amido e celulose. Frequentemente têm dimensões inferiores a dois centímetros, mas algumas podem chegar a trinta centímetros.

A planta propriamente dita, isto é o indivíduo maior, de vida independente e duradoura, é o gametófito (n), que apresenta estruturas semelhantes à raiz, ao caule e às folhas. No entanto, as briófitas são avasculares, ou seja, sem condutores de seiva. Por isto, é mais correto chamar essas estruturas de rizóides, caulóides e filóides.

No gametófito, encontramos também órgãos responsáveis pela produção de gametas: o anterídio e o arquegônio. Esses órgãos reprodutores são chamados gametângios . O anterídio (antero="florido"; ídio="aparência") produz gametas masculinos, chamados anterozóides, o arquegôno (arque="primitivo";gono="o que gera") produz o gameta feminino, de nome oosfera.
O esporófito (2n), menos desenvolvido e temporário, cresce sobre o gametófito e depende dele para a sua nutrição. No esporófito existem células que sofrem meiose, produzindo esporos.
O pequeno porte dessas plantas é consequência da falta não só de estruturas rígias de sustentação, mas também de um sistema de condução de seiva.

Reprodução

Muitas briófitas apresentam uma reprodução assexuada, à custa de gemas ou propágulos - pequenos pedaços de plantas que se soltam, são levados pela água e originam novas plantas. O ciclo repodutivo é haplodiplobiôntico, como o ciclo dos musgos, que citamos como exemplo.
Na maioria dos musgos, o sexo é separado: cada gametófito possui apenas anterídios ou apenas arquegônios.
O anterozóide chega até o arquegônio nadando em uma película de água da chuva ou de orvalho, ou através dos respingos de gotas de chuva. Ao alcançar o arquegônio, os anterozóides nadam até a oosfera, ocorrendo então a fecundação. Após a fecundação, o zigoto sofre mitoses, originando um embrião que permanece protegido no arquegônio.
O embrião se desenvolve por mitoses, formando um esporófito diplóide, que possui uma haste e uma dilatação na extremidade, a cápsula. A cápsula é um esporângio, isto é, um órgão no qual se dá a produção de esporos .
Dentro do esporângio há células, chamadas céluas-mães dos esporos, que sofrem meiose, originando esporos que iniciam a fase haplóide. Esses esporos são libertados e, em seguida, arrastados pelo vento, germinando a distância.
A germinação do esporo leva à formação de um novo gametófito, fechando o ciclo. O esporo, ao germinar, dá origem a um filamento de células, o protema. O protema emite algumas ramificações que penetram no solo, formando rizóides, enquanto outras ramificações mais complexas vão dar origem aos pés de musgos (gametófitos).
 
Classificação
Além da classe Musci, à qual pertencem os musgos, as briófitas são divididas em mais duas classes:
Hepaticae (hepáticas) - O nome dessa classe deve-se à forma de fígado do gametófito(hepato="fígado").As hepáicas mais conhecidas pertencem ao gênero e sombreados. O gametângio fica na ponta de estruturas chamadas gemetóforos.
Há gemetófitos com gemetóforos masculinos, os anteriodióforos, portadores de anterídios, e gametófitos com gemetóforos femininos, os arquegonióforos, portadores de arquegônios.
Anthocerotae (antóceros) - Podem ser exemplificados pelo gênero Anthoceros. O gametófito é folhoso, arredondado, multilobado, com cerca de dois centímetros e preso ao substrato por rizóides. Ao contrário da Marchantia, os gametângios (anterídios e arquegônios) dos antóceros estão mergulhados nos tecidos do gemtófito. Vários esporófitos são formados no mesmo pé após a fecundação, possuindo uma base e um esporângio alongado, produtor de esporos.

Pteridófitas
Ao contrário dos musgos e das algas, as pteridófitas são vegetais vasculares, isto é, possuem vasos condutores de seiva. A presença desse vasos caracteriza os vegetais traqueófitos (traqueo = "vaso"), representados pelas pteridófitas, gimnospermas e angiospermas, que já apresentam raíz, caule e folhas.
Usaremos como referência de pteridófitas o grupo das filicíneas, como as samambaias e as avencas, que vivem em ambiente úmido.
A planta propriamente dita (a fase duradoura) é o esporófito. Possui folhas grandes (frondes), geralmente divididas em folíolos; as folhas jovens ficam enroladas e são chamadas de báculos. De modo geral, a folha é a única parte visível da planta, pois o caule é subterrâneo ou fica rente ao solo, com crescimento horizontal. Este tipo de caule, que lembra uma raíz, é chamado rizoma.
O esporófito possui esporângios, produtores de esporos que se agrupam em estruturas chamadas soros. Estes distribuem-se na face inferior ou na borda dos folí
O gametófito prótalo, é bem menos desenvolvido que o esporófito e, na maioria das espécies, é hermafrodita ou monóico, isto é possui, ao mesmo tempo, anterídios e arquegônios
Reprodução
Além da reprodução assexuada por fragmentação, as pteridófitas apresentam um ciclo haplodiplobiôntico típico. Usaremos com exemplo o ciclo de uma samabaia.
No interior dos esporângios, são produzidos esporos por meiose.
Os esporos são levados pelo vento, germinando ao encontrar substrato suficientemente úmido, formando o gemetófito ou prótalo.
O prótalo, medindo cerca de um centímetro, tem vida autônoma. Por ser pequeno, o prótalo fica facilmente coberto pela água da chuva ou pelo orvalho, possibilitando a fecundação, uma vez que os anterozóides multiflagelados devem nadar até a oosfera.
O zigoto formado desenvolve-se num esporófito e o gametófito regride.


Outras pteridófitas
as pteridòfitas destacamos duas divisões.
- Pterophyta (pterófitas) - Conhecidas também como filicíneas, as pterófitas correspondem às samambaias e às avencas, estudadas anteriormente.
- Lycophyta (licófitas) - Chamadas também de licopodíneas, as licófitas são representadas atualmente pela Selaginella e pela Lycopodium. No período Carbonífero foram importantes componentes das florestas, que vieram a formar os depósitos de carvão; algumas eram representadas por árvores de grande porte. As licopodíneas atuais são pequenas, com caules apresentando uma parte horizontal e ramificações eretas com folhas pequenas. Os esporângios crescem nas axilas de folhas do ápice dos caules eretos, formando uma estrutura chamada espiga ou estróbilo (figura 14.14). Na selaginella, o gametófito é unissexuado, ocorendo dois tipos de esporos (heterosporia); o micrósporo dá origem ao gametófito masculino ( só com anterídio) e o megásporo dá origem ao gametófito feminino (só com arquegônio).

As gimnospermas
O termo gimnosperma (gimno ="nu") significa que as sementes estão descobertas ou expostas. Elas não se encontram protegidas dentro de frutos, como nas angiospermas.
Usaremos como referência de gimnospermas as coníferas, exemplificadas pelo pinheiro-europeu, pinheiro-do-paraná (figura 15.1), cipreste, cedro-verdadeiro e pela sequóia.
Entre as coníferas, o pinheiro é o mais familiar. A planta (esporófito) possui feixes de folhas aciculadas (folhas longas em forma de agulhas).
Além das folhas aciculadas, que estão destinadas à fotossíntese, existem as folhas reprodutoras. As sementes se formam na superfície dessas folhas, que apresentam a forma de escamas e, em geral, estão reunidas em estruturas chamadas estróbilos ou cones, de onde vem o nome coníferas.
Reprodução
No ciclo das gimnospermas, vamos encontrar folhas modificadas para a produção de esporos pequenos (micrósporos) e folhas especializadas na produção de esporos maiores (megásporos). Consequentemente, vamos ter dois tipos de gametófitos: o masculino, vindo do micrósporo, que se chama grão de pólen; e o feminino, originado do megásporo. Esses gametófitos são reduzidos e crescem dentro do esporófito.
No cone masculino, encontramos folhas modificadas em escamas contendo cápsulas, os microsporângios. Nestes, células diplóides (as células-mães dos esporos) sofrem meiose, formando os micrósporos haplóides. O micrósporo passa por duas mitoses, originando o grão de pólen. Das quatro células formadas apenas duas sobrevivem: a célula do tubo ou célula vegetativa, que formará o tubo polínico, e a célula geradora, também chamada célula gerativa ou núcleo reprodutor. Em volta do grão de pólen, há uma parede protetora com duas expansões laterais em forma de asa.
Os grãos de pólen são eliminados e facilmente arrastados pelo vento (polinização), graças às "asas" que possuem e alguns deles atingirão o cone feminino.
Os cones femininos são formados por folhas modificadas em escamas contendo megasporângios ou óvulos. O óvulo possui uma abertura, a micrópia. No interior há uma célula-mãe de esporos, que sofre meiose e origina quatro células haplóides. Destas quatro, rês degeneram e a que resta é o megásporo. O núcleo do megásporo sofre mitose dando uma massa plurinucleada, com cerca de 2 mil núcleosm que corresponde ao gametófito feminino. Nessa massa, surgem dois ou mais arquegônios, cada um com uma oosfera.
Os grãos de pólen chegam até os óvulos e penetram pela micrópila. Mais tarde, começam a germinar, formando o tubo polínico, que cresce em direção ao arquegônio. No interior do tubo, a célula geradora produz dois núcleos espermáticos, que funcionam como gametas masculinos. Um dos núcleos espermáticos se une à oosfera originando um zigoto. Após a fecundação, o óvulo se transforma em semente. A semente contém, no interior, um embrião do esporófito.
Como vemos, o crescimento do tubo polínico torna a fecundação independente da água e é um fator importante na conquista do meio terrestre pelas gimnospermas.
O embrião fica no meio de um tecido haplóide, o endosperma, que serve de reserva de alimento e é formado a partir de restos do gametófito. As escamas com sementes formam o que damos o nome de pinhão e o cone, depois de fecundado, é chamado de pinha. As sementes também ajudam na adaptação à vida terrestre, proegendo o embrião contra a perda de água. Em condições favoráveis, elas germinam dando um novo esporófito.


As angiospermas
As angiospermas são fanerógamas com flores típicas. No interior das flores, há folhas reprodutoras, os carpelos, que se fecham formando um vaso, onde as sementes irão se dessenvolver (daí o nome do grupo: angio = "vaso"; esperma = "semente"). Após a fecundação, parte do carpelo se transforma em fruto, uma estrutura exclusiva desses vegetais.
Como todas as outras plantas vasculares, as angiospermas apresentam clorofilas a e b, carotenos, cutícula impermeável com estômatos para o arejamento e um sistema de vasos condutores de seiva bem desenvolvido. A planta propriamente dita é o esporófito; o gametófito, extremamente reduzido, encontra-se incluso nos tecidos do esporófito.
O tamanho das angiospermas é muito variável: há desde pequenas ervas até grandes árvores. O corpo dessas plantas apresenta raiz, caule, folha e flor.
A flor
Uma flor completa é formada por  partes:
pedúnculo - haste de sustentação que prende a flor ao caule;
receptáculo - extremidade do pedúnculo, geralmente dilatada, onde se prendem os verticilos;
verticilos - conjunto de peças (folhas modificadas ou esporófitas) geralmente dispostas em círculo. Observando a flor da periferia para o centro, encontramos quatro verticilos;
 . cálice - mais externo, é um conjuntode folhas protetoras, geralmente verdes, chamadas sépalas;
· corola - verticilo seguinte, é formada por pétalas. De colorido vivo, embora às vezes possuam cor pálida ou branca, as pétalas servem indiretamente à reprodução, atraindo os animais polinizadores com suas cores, aromas ou secreções adocicadas;
· androceu (andro = "masculino") - é formado de folhas profundamente modificadas - os estames -, especializadas na produção de esporos - os micrósporos -, irão dar origem ao gametófito masculino. O estame possui um pedúnculo, chamado filete, com uma dilatação na extremidade - a antera - e um tecido que une as duas partes da antera - o conectivo;
· gineceu (gino = "feminino") - último verticilo, é formado por folhas modificadas - os carpelos ou pistilos -, encarregadas da produção de megásporos, que irão originar o gametófito feminino. A base dilatada é o ovário e naextremidade oposta há uma dilatação - o estigma. Ligando o ovário ao estigma, há uma haste - o estilete.

Reprodução sexuada
As angiospermas possuem um ciclo haplodiplobiôntico com a fae haplóide muito reduzida.
A produção de micrósporos ocorre nos estames, onde há os sacos polínicos, eu correspondem a microesporângios. Em cada saco polínico existem várias células-mães dos esporos, que sofrem meiose e formam esporos haplóides. O esporo dentro do saco polínico, sofre mitose formando um gametófito masculino ou grão de pólen. nessa mitose originam-se duas células: a célula reprodutora ou geradora e a célula vegetativa, também chamada célula do tubo. O conjunto é revestido por uma capa de duas paredes: a parede interna, celulósica, chamada intima, e a parede externa, mais resistente, a exina)
A produção de megásporos ocorre no carpelo, No interior do ovário podem-se encontrar um ou vários macrosporângios - os óvulos - presos ao ovário por um pedúnculo. Cada óvulo possui um tecido, a nucela, protegido por tegumentos. O tegumento externo é a primina, e o interno, a secundina. Esses tegumentos apresentam uma abertura, a micrópila.
Na nucela, a célula-mãe do esporo sofre meiose e dá origem a quatro células haplóides - os magásporos -, das quaissó uma sobrevive. O megásporo restante sofre divisões nucleares, formando uma massa citoplasmática, com oito núcleos haplóides. Dois núcleos migram do pólo para o centro, formando a célula central com dois núcleos, que por terem migrado dos pólos, são chamados núcleos polares. Desse modo, surge o gemetófito feminino, chamado de saco embrionário, constituído por sete células: uma célula central, três antípodas e uma oosfera ladeada por duas sinérgides.


A polinização
A polinização pode ser feita pelo vento (gramíneas) ou por insetos e outros animais, que se alimentam do néctar de um determinado tipo de flor. Com isso, há mais chances de um grão de pólen ser levado justamente para outra planta da mesma espécie. Esse sistema de "polinização dirigida" permite uma economia na produção de grãos de pólen.
Quando feita pelo vento, a polinização é chamada anemófita; por insetos, entomófila; por aves, ornitófila e, por morcegos, quiroptrófila.
Quando o grão de pólen entra em contato com o estigma, ele desenvolve um tubo de citoplasma, o tubo polínico, formado a partir da célula do tubo. O tubo polínico cresce em direção ao ovário. Dentro do tubo, o núcleo da célula geradora se divide, originando, duas células espermáticas haplóides, que funcionam como gametas masculinos.
Chegando ao ovário, o tubo penetra no óvulo pela micrópia, promovendo então uma dupla fecundação, característica das angiospermas. Uma célula espermática funde-se com a oosfera, originando o zigoto que através de mitose, desenvolve um embrião diplóide. A outra célula espermática funde-se com os dois núcleos da célula central, originando uma célula trplóide, a célula-mãe do albúmen. Esta célula sofre mitose e forma um tecido trplóide - o albúmen ou endosperma -, que representa uma reserva nutritiva para o embrião (figura 15.8).
Como já mencionamos no estudo de gimnospermas, o tubo polínico permite que a fertilização seja independente da água.
O fruto e a germinação da semente
Após a fecundação, o ovário transforma-se em fruto e os óvulos, no seu interior, transformam-se em sementes. O fruto apresentará uma parede - o pericarpo -, formada de três regiões: epicarpo, mesocarpo e endocarpo. O mesocarpo é geralmente a parte comestível, devido ao acúmulo de reserva nutritiva.
A dispersão da semente promove a conquista de novos ambientes pela planta. Uma das maneira pela ual o fruto colabora na dispersão da semente é por meio do acúmulo de reservas nutritivas, que atraem animais consumidores dessas reservas. A semente passa intacta pelo tubo digestivo do animal e é eliminada junto com as fezes. Outras vezes, o fruto ou a própia semente são transportados pelo vento, pela água ou agarrados ao pêlo dos animais. Em condições adequadas, a semente germina, originando um novo esporófito.
O embrião é formado pela radícula, caulículo, gêmula e cotilédone (folha com reserva nutritiva). À medida que ele se desenvolve, as reservas do cotilédone ou do endosperma são consumidas pela planta. Quando essas reservas se esgotam, já existe uma pequena raiz originada da radícula. O caulículo dá origem à parte do caule - o hipocótilo -, e a gêmula origina a parte superior do caule - o epicótilo -, bem como as primeiras folhas.

Reprodução assexuada
Em alguns angiospermas, como a grama e o morangueiro, o caule cresce horizontalmente e os ramos laterais produzem raízes, tornam-se independentes e formam uma nova planta, que assim vai se multiplicando pelo terreno. Um caule com vários pés de planta forma o que se chama de estolão. Fato semelhante ocorre com caules subterrâneos como o da bananeira - os rizomas. O caule subterrâneo da batata, por exemplo, forma tubérculos providos de gemas; depois que o caule morre, as gemas dos tubérculos dão origem a uma nova planta. Na planta conhecida fortuna, existem gemas nos bordos das folhas que originam novas plantas quando a folha se desprende e cai.
Além de ser mais rápida, a reprodução assexuada produz indivíduos geneticamente idênticos ao original. Desse modo preservam-se características que se quer manter ao cultivar uma planta.
Classificação das angiospermas
As angiospermas correspondem modernamente à divisão Anthophyta e podem ser subdivididas em duas classes: Monocotyledoneae (monocotiledôneas) e Dicotyledoneae (dicotiledôenas). No primeiro grupo estão as plantas cujos embriões possuem apenas um cotilédone; no segundo grupo, as plantas com embriões dotados de dois cotilédones. Vejamos outras diferenças:
- As monocotiledôneas têm folhas com nervuas paralelas (folhas paralelinérveas), enquanto as dicotiledôneas apresentam folhas com nervuras ramificadas(folhas reticuladas).
- As monocotiledôneas apresentam flores trímeras, isto é, suas pétalas são sempre três ou um número múltiplo de três, o que é válido também para os outros elementos da flor (sépalas, estames e carpelos). Já as flores das dicotiledôneas apresentam quatro, cinco ou múltiplos de quatro ou cinco elementos florais. São as chamadas flores tetrâmeras e pentâmeras.
- A raiz das monocotiledôneas é fasciculada (não há uma raiz principal ), enquanto na raiz das dicoiledôneas há um eixo principal do qual partem ramificações secundárias (raiz axial ou pivotante).
- Nas monocotiledôneas, os feixes de vasos que levam a seiva estão espalhados pelo caule; nas dicotiledôneas , os feixes estão dispostos em círculos na periferia do caule.

- Entre as monocotiledôneas, podemos citar; trigo, centeio, arroz, milho, cana-de-açucar, capins, alho, cebola, coqueiro e orquídeas.

 Como exemplo de dicotiledôneas, temos: feijão, ervilha, soja, amendoim, lentilha, tomate, pimentão, algodão, couve, agrião, repolho, rosa, morango, maçã, pêra, café, cenoura, mandioca, girassol e margarida.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

SEQUESTRO DE CARBONO




O conceito de seqüestro de carbono foi consagrado pela Conferência de Kyoto, em 1997, com a finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera , visando a diminuição do efeito estufa. A conservação de estoques de carbono nos solos, florestas e outros tipos de vegetação, a preservação de florestas nativas, a implantação de florestas e sistemas agroflorestais e a recuperação de áreas degradadas são algumas ações que contribuem para a redução da concentração do CO2 na atmosfera. Os resultados do efeito Seqüestro de Carbono podem ser quantificados através da estimativa da biomassa da planta acima e abaixo do solo, do cálculo de carbono estocado nos produtos madeireiros e pela quantidade de CO2 absorvido no processo de fotossíntese. Para se proceder à avaliação dos teores de carbono dos diferentes componentes da vegetação (parte aérea, raízes, camadas decompostas sobre o solo, entre outros) e, por conseqüência, contribuir para estudos de balanço energético e do ciclo de carbono na atmosfera, é necessário, inicialmente, quantificar a biomassa vegetal de cada componente da vegetação.


As Mudanças Climáticas Globais (MCG) representam um dos maiores desafios da humanidade. Pois, além de serem um problema global - como o próprio nome diz, envolve vários setores da sociedade, necessita de uma tomada de consciência da importância da questão e exige mudanças em muitos hábitos de consumo e comportamento.

As crescentes emissões de Dióxido de Carbono (CO2 ) e outros gases como o metano ( CH4 ) e o óxido nitroso (NO2 ) na atmosfera têm causado sérios problemas, como o efeito estufa. Devido à quantidade com que é emitido, o CO2 é o gás que mais contribui para o aquecimento global. Suas emissões representam aproximadamente 55% do total das emissões mundiais de gases do efeito estufa. O tempo de sua permanência na atmosfera é, no mínimo, de 100 anos. Isto significa que as emissões de hoje têm efeitos de longa duração, podendo resultar em impactos no regime climático, ao longo dos séculos. Evidências científicas apontam que caso a concentração de CO2 continue crescendo, a temperatura média da terra vai aumentar (entre 1,4 e 5,8 ° C até 2100), causando aumento no nível dos mares, efeitos climáticos extremos

 (enchentes, tempestades, furacões e secas), alterações na variabilidade de eventos hidrológicos (aumento do nível do mar, mudanças no regime das chuvas, avanço do mar sobre os rios, escassez de água potável) e colocando em risco a vida na terra (ameaça à biodiversidade, à agricultura, à saúde e bem-estar da população humana).

Historicamente, os países industrializados têm sido responsáveis pela maior parte das emissões de gases de efeito estufa. Contudo, na atualidade, vários países em desenvolvimento, entre eles China, Índia e Brasil, também se encontram entre os grandes emissores. No entanto, numa base per capita, os países em desenvolvimento continuam tendo emissões consideravelmente mais baixas do que os países industrializados.


Estima-se que, em 1998, o Brasil tinha emitido, pelo menos 285 milhões de toneladas de carbono, das quais cerca de 85 milhões resultaram da queima de combustíveis fósseis (71% do uso de combustíveis líquidos e 15,6% da queima de carvão mineral, 4% de gás natural). Esse número é relativamente baixo quando comparado às emissões provenientes da queima de combustíveis fósseis de outros países. Isto é devido ao fato de que a matriz energética brasileira é considerada relativamente limpa pelos padrões internacionais uma vez que se baseia na energia hidrelétrica (renovável). A maior parte das emissões do Brasil (2/3) provém de atividades de uso da terra, tais como o desmatamento e as queimadas, o que, atualmente, representa 3% das emissões globais.

As nações participantes da Convenção de Mudança Climática, que ocorreu em junho de 1992 na cidade do Rio de Janeiro, se comprometeram a ratificar uma convenção afim de criar mecanismos que diminuíssem as emissões dos gases causadores do efeito estufa. Estes mecanismos dizem respeito à capacidade de as fontes de energia emitirem baixos níveis dos gases causadores do efeito estufa, e também as alternativas para absorção de CO2, através dos projetos de seqüestro de carbono.

Desta forma, os países desenvolvidos e as indústrias criaram uma nova utilidade e um novo mercado para o carbono, que consiste no carbono capturado e mantido pela vegetação. O interesse e o investimento no seqüestro de carbono e a comercialização de créditos de carbono são a forma através da qual estas indústrias e os países industrializados podem equilibrar suas emissões e mantê-las a níveis seguros. As normas e regras de comercialização e as quantidades de carbono retidas pela vegetação ainda não são totalmente conhecidas e estabelecidas, ressaltando assim a importância dos projetos de pesquisa desenvolvidos nesta área.

Problemas do Aquecimento Global

A queima de combustíveis fósseis e o desmatamento emitem grandes quantidades de gases, em especial o CO2 na atmosfera. Este gás absorve bem a radiação terrestre. Quando ocorre o aumento deste gás, ocorre o aumento da temperatura e da quantidade de vapor de água na atmosfera, ocorrendo aquecimento da superfície terrestre. As plantas verdes absorvem CO2 durante a fotossíntese, mas atualmente tem sido liberada uma quantidade de gás maior que a capacidade de absorção das plantas. O CO2 acumulado na atmosfera bloqueia a saída de radiação quente para o espaço e manda de volta esta radiação aquecida, causando o chamado Efeito Estufa. Emissões de metano, óxido de nitrogênio e os clorofluorcarbonetos (CFC's) também contribuem para o efeito estufa. Os países industrializados são responsáveis por cerca de 71% da emissão global de CO2. Os países em desenvolvimento, com 80% da população mundial, produzem aproximadamente 18% da emissão total. Os maiores efeitos do aquecimento global considerados por alguns cientistas são: os efeitos que a mudança climática causará na produção mundial de alimentos, mudanças na agricultura e a venda de commodities (o que poderá modificar a estrutura do comércio mundial).

O Ciclo de Carbono e as Florestas
O Ciclo do Carbono consiste na transferência do carbono na natureza, através das várias reservas naturais existentes, sob a forma de dióxido de carbono. Para equilibrar o processo de respiração, o carbono é transformado em dióxido de carbono. Outras formas de produção de dióxido de carbono são através das queimadas e da decomposição de material orgânico no solo. Os processos envolvendo fotossíntese nas plantas e árvores funcionam de forma contrária. Na presença da luz, elas retiram o dióxido de carbono, usam o carbono para crescer e retornam o oxigênio para atmosfera. Durante a noite, na transpiração, este processo inverte, e a planta libera CO2 excedente do processo de fotossíntese. Os reservatórios de CO2 na terra e nos oceanos são maiores que o total de CO2 na atmosfera. Pequenas mudanças nestes reservatórios podem causar grandes efeitos na concentração atmosférica. O carbono emitido para atmosfera não é destruído, mas sim redistribuído entre diversos reservatórios de carbono, ao contrário de outros gases causadores do efeito estufa, que normalmente são destruídos por ações químicas na atmosfera. A escala de tempo de troca de reservas de carbono pode variar de menos de um ano a décadas, ou até mesmo milênios. Este fato indica que a perturbação atmosférica causada pela concentração do CO2 para que possa voltar ao equilíbrio não pode ser definido ou descrito através de uma simples escala de tempo constante. Para ter-se alguns parâmetros científicos, a estimativa de vida para o dióxido de carbono atmosférico é definida em aproximadamente cem anos. A utilização de uma escala simples pode criar interpretações errôneas. A redução do desmatamento poderá contribuir muito consideravelmente para a redução do ritmo de aumento dos gases causadores do efeito estufa, possibilitando outros benefícios, como a conservação dos solos e da biodiversidade. Esta redução do desmatamento deve estar associada a alternativas econômicas, para garantir a qualidade de vida das populações das regiões florestais.

Valores Econômicos Associados ao Seqüestro de Carbono
No Protocolo de Kyoto foi estabelecido que os países desenvolvidos comprometeram-se formalmente a reduzir suas emissões de gases para atenuar o efeito estufa em 5% abaixo dos níveis de1990 com o objetivo para o período 2008 - 2012. Tal ação significa a redução de centenas de milhões de toneladas por ano, com um custo enorme para estas economias. Espera-se que estes países, por sua vez, repassem os comprometimentos aos seus respectivos setores industriais, através da criação de impostos sobre emissões de gases causadores do efeito estufa. Estes setores deverão encontrar alternativas de se adaptar aos novos custos de produção ou aos limites de emissões. O segundo ponto importante do protocolo é que será aceito o conceito de comercialização de créditos de seqüestro ou redução de gases causadores do efeito estufa. Sendo assim, os países ou empresas que reduzirem as emissões abaixo de suas metas poderão vender este crédito para outro país ou empresas que não atingiram o grau de redução esperado. Um terceiro ponto do acordo diz respeito aos métodos aceitos para realizar as reduções das emissões. Geralmente, os métodos preferidos por vários países são baseados em processos para melhoria da eficiência na utilização e na transmissão de energia, processos industriais e sistema de transporte. Outra alternativa é a substituição de combustíveis muito poluentes (carvão mineral ou diesel) por outros combustíveis menos ricos em carbono. O protocolo também considera a absorção de CO2 pela vegetação como um método para compensar as emissões, sendo um ponto interessante para países com aptidão florestal, pois também pode gerar outros recursos do setor florestal, trazendo conseqüências de ordem econômica, ambiental e social.

As metas de redução de emissões de CO2 , deverão ser alcançadas principalmente através de políticas públicas e regulamentações que limitem emissões diretamente, ou que criem incentivos para melhor eficiência dos setores energético, industrial e de transporte, e que promovam maior uso de fontes renováveis de energia. Dentre as metas, os países do Anexo I (países desenvolvidos) poderão abater uma porção de suas metas por meio dos seus sumidouros, especificamente as florestas.

Além das ações de caráter nacional, os países poderão cumprir parte de suas metas de redução através dos três mecanismos de flexibilização estabelecidos pelo Protocolo de Kyoto e que estão descritos a seguir:
- Comércio de emissões: este mecanismo permite que dois países sujeitos a metas de redução de emissões (países do Anexo I) façam um acordo pelo qual o país A, que tenha diminuído suas emissões para níveis abaixo da sua meta, possa vender o excesso das suas reduções para o país B, que não tenha alcançado tal condição.


- Implementação conjunta: permitido entre os países do Anexo I, onde um país A implementa projetos que levem à redução de emissões em um país B, no qual os custos com a redução sejam mais baixos.

- Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL): os países do Anexo I poderão desenvolver projetos que contribuam para o desenvolvimento sustentável de países em desenvolvimento (não pertencentes ao Anexo I) de modo a ajudar na redução de suas emissões. Essas iniciativas gerariam créditos de redução para os países do Anexo I, e ao mesmo tempo ajudariam os países em desenvolvimento, pois estes se beneficiariam de recursos financeiros e tecnológicos adicionais para financiamento de atividades sustentáveis e da redução de emissões globais. Ressalta-se que as reduções obtidas deverão ser adicionais a quaisquer outras que aconteceriam sem a implementação das atividades do projeto. Os projetos também deverão oferecer benefícios reais, mensuráveis e a longo prazo para mitigação do aquecimento global. É interessante observar que há possibilidade de utilizar as reduções certificadas de emissões obtidas durante o período 2000 - 2008 para auxiliar no cumprimento da redução estabelecida durante o período 2008 - 2012.

O financiamento de atividades sustentáveis pelo MDL levaria a menos dependência de combustíveis fósseis nos países em desenvolvimento e, portanto, a menos emissões a longo prazo. Os projetos MDL poderão ser implementados nos setores energético, de transporte e florestal. Dentro do setor florestal, projetos de florestamento e reflorestamento poderão participar. No entanto, projetos que visam a redução do desmatamento e queimadas ou a conservação de florestas estão excluídos deste mecanismo até o momento.

Nos países em desenvolvimento, os custos relacionados à implementação de projetos que diminuam emissões de gases de efeito estufa são, em geral, menores do que nos países desenvolvidos. Isto torna o MDL atrativo para aqueles pertencentes ao Anexo I. Além disso, o MDL busca incentivar o desenvolvimento sustentável, levando à criação de novos mercados que valorizam a redução de emissões de gases de efeito estufa, e criando oportunidades para a transferência de tecnologia e novos recursos para países em desenvolvimento, como o Brasil. Mesmo assim, as expectativas são de que o MDL seja o menos utilizado dos mecanismos de flexibilização. Isso se deve ao fato dos Estados Unidos, maior investidor em potencial dos mecanismos, terem anunciado que não pretendem ratificar o Protocolo de Kyoto antes de 2012, o que provoca uma diminuição da demanda por métodos alternativos para a redução de emissões por países do Anexo I.

O Brasil poderá se beneficiar do MDL tanto com projetos nos setores energético, de transporte e florestal. Exemplos de projetos no setor energético são: implementação de sistema de energia solar, eólica, co-geraçao através de processos químicos e de aproveitamento de biomassa. No setor florestal, pode-se falar em projetos de "florestamento" e reflorestamento, os quais permitem que o carbono, pelo crescimento das árvores, seja removido da atmosfera. Assim, a floresta plantada atuaria como um sumidouro de carbono ou promoveria, como tem sido usado, o "seqüestro de carbono". Esse seqüestro é possível porque a vegetação realiza a fotossíntese, processo pelo qual as plantas retiram carbono da atmosfera, em forma de CO2 , e o incorporam a sua biomassa (troncos, galhos e raízes). Exemplos de tais projetos são o reflorestamento, a silvicultura e o enriquecimento de florestas degradadas.

Como a maior parte das emissões de CO2 do Brasil provêm de desmatamentos e queimadas, a maior contribuição do Brasil para a redução de emissões seria através da mitigação e do controle do desmatamento e queimadas.

Mercado de Carbono


Desde a convenção de Kyoto quando mais de 160 países discutiram as mudanças climáticas no planeta, verifica-se que esta preocupação saiu dos cadernos de ciência dos grandes jornais, alojando-se nas páginas de finanças e negócios. As preocupações como o meio ambiente se tornaram preocupações econômicas. O valor econômico da proteção ao meio ambiente surgiu quando os países se comprometeram a cortar, em média, 5,2% de emissões de dióxido de carbono sobre os valores registrados em 1990, com prazo até 2005.

A tributação foi a primeira idéia para a formalização do controle econômico sobre a poluição, mas isto afetaria a relação do custo/benefício no setor de produção ou elevaria o custo final ao consumidor. Assim, para que fossem alcançados os parâmetros globais de poluição, surgiu outro conceito, ou seja, os países poderiam negociar direitos de poluição entre si. Um país com altos níveis de emissão de gases na atmosfera poderia pagar a outro país que estivesse com os níveis de poluição abaixo do limite comprometido.

A partir de então, além da idéia global da comercialização dos limites de poluição, muitas empresas começaram a sondar tal mercancia.

Nos EUA, já encontramos legislação específica sobre a emissão de poluentes. O órgão ambiental americano - Environment Protection Agency - emite direitos para a emissão de volumes de poluição, títulos que simbolizam os limites de poluição que determinada empresa deve cumprir no ano. A cada ano tais limites sofrem reduções.

Caso esta empresa obtenha sucesso na redução anual, poluindo menos do que o limite estabelecido, ela terá um saldo que poderá ser comercializado no mercado com outras empresas que não conseguiram cumprir o limite ''materializado'' pelos títulos adquiridos.

Com a valorização econômica, a fiscalização e todos os demais custos operacionais para a redução da poluição acabam sendo arcados pelo mercado de commoditties, não repassando o impacto financeiro para a relação custo/benefício ou para o custo final. Esta é a maneira mais econômica e eficaz para a fiscalização e a diminuição da poluição. Dentro deste contexto econômico, o Brasil se encontra em uma posição extremamente valorizada, já que possui um amplo espaço ambiental. Desta forma, as empresas e os países altamente industrializados, obrigadas a frearem o aquecimento do planeta, reduzindo a emissão de gases, poderão participar de projetos de reflorestamento, adoção de tecnologias limpas, etc.

O Brasil tem no meio ambiente a sua maior riqueza. A preservação ambiental pode ser a origem da entrada de divisas no País. O Brasil receberia pela sua baixa emissão de gases, receberia pela enorme capacidade ambiental de absorção e regeneração atmosférica.


Fonte - www.ambientebrasil.com.br